PERVERSIÁRIO (projecto)
Texto introdutório
3:02 da manhã
Sexo & erotismo. Temas absolutamente centrais nas nossas vidas. Mas o que é o erotismo (enfim, quanto ao sexo podemos reconduzi-lo conceitualmente à função biologico-reprodutiva)? Conceito esquivo, o erotismo resiste a uma definição exacta para além da vulgata corrente. E não é aqui nem agora que o vamos lograr. Apenas tentar uma aproximação concêntrica à ideia em si e a alguns conceitos que dela partem, ou podem partir, ramificando-se em riqueza de conteúdo e significado. Pois o ponto de partida será antes de mais o de uma geometria do erotismo, ou seja, será a (tentativa de) resposta a uma indagação mais rigorosa: qual o exacto lugar do erotismo? A nossa tese, a ideia-base do projecto (ideia quase banal?), é a de que o erotismo ocupa não só um lugar de centralidade e contaminação na vida (na biografia de cada ser humano) mas que se infiltra com a mesma força no colectivo, na sociedade, enquanto fenómeno ao mesmo tempo central e marginal na cultura (na nossa, contemporânea e ocidental, mas também em todas as culturas coectaneas e as que se sucederam ao longo da História). É, por conseguinte, o espaço ou lugar de equidistância dos fenómenos e nos fenómenos que confere ao erotismo uma riqueza imanente decomposta numa multiplicidade de contraposições radicais, e que origina (e, como é evidente sofre, por sua vez, o correspondente influxo dialéctico) a extrema riqueza de produções culturais. Contraposições tão conhecidas como, afinal, complexas, onde os campos opostos de visibilidade/desvelamento, público/privado, sublimação/excitação, virtude/pecado espelham os diferentes estratos conceptuais que coexistem, aliás, num relacionamento múltiplo, nem sempre ou necessariamente antagónico. Isto para dizer, nesta tímida aproximação, que é sob o signo da riqueza de acervos e significados que iniciamos este projecto. Mais dois apontamentos, apenas, e uma nota final. O computador e a internet são inusitados instrumentos de trabalho (ainda não é demais sublinhá-lo) que permitem executar projectos antes difíceis ou até inimagináveis. É um meio livre, imediato para a publicação e, ao mesmo tempo, fonte rica de recolha bibliográfica e de ilustrações. Não obstante, em reverso, seja um meio com demasiada dispersão a vários níveis onde uma recolha de informação (e posterior publicação) em suporte bibliográfico tradicional ainda tem largas vantagens (o futuro dirá da evolução comparativa destes dois media, se compará-los for possível). O que nos leva ao segundo ponto, já de índole metodológica. Sem embargo da inevitável procura de rigor, usaremos um método digamos que assumidamente canibalístico & aleatório; intercalando reflexão e ilustração, recolha fragmentária, escolha de temas ao sabor do acaso e das ideias que forem surgindo e procura contextualizada. Enfim, tentar integrar meio e método, a proximidade (todas as imagens sobre o tema, por exemplo, estão saturadas de significado) e o distanciamento critico-ensaístico. Em nota final diremos apenas o porquê do título perversiário. O que é perverso (pelo menos no sentido corrente) significa também uma vertigem, que é um conceito, como veremos essencial, ao fenómeno erótico, marca também uma sua fronteira e é simultaneamente imagem ou metáfora das perplexidades inerentes ao erotismo. |
P E R V E R S I Á R I O
- O erotismo... ...ao sabor da pena -
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