Drummond. O grande Drummond de Andrade, nome maior das letras brasileiras; o seu «O Amor Natural»; poemas eróticos que provocaram alguma polémica mas que, como tudo o que escreveu, são lindíssimos e merecem ser aqui transcritos. Para vosso prazer ... que o erotismo é sempre, além de tudo o mais, sinónimo de prazer. A BUNDA, QUE ENGRAÇADA A bunda, que engraçada. Está sempre sorrindo, nunca é trágica Não lhe importa o que vai pela frente do corpo. A bunda basta-se. Existe algo mais? Talvez os seios. Ora -murmura a bunda- esses garotos ainda lhes falta muito que estudar. A bunda são duas luas gêmeas em rotundo meneio. Anda por si na cadência mimosa, no milagre de ser duas em uma, plenamente. A bunda se diverte por conta própria. E ama. Na cama agita-se. Montanhas avolumam-se, descem. Ondas batendo Numa praia infinita. Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz na carícia de ser e balançar. Esferas harmoniosas sobre o caos. A bunda é a bunda, redunda O CHÃO É CAMA O chão é cama para o amor urgente, amor que não espera ir para a cama. Sobre tapete ou duro piso, a gente compõe de corpo e corpo a úmida trama. E para reposar do amor, vamos à cama. |
P E R V E R S I Á R I O
- O erotismo... ...ao sabor da pena -
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